quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Qual o seu número?



Tipos de atores. Atores não fazem tipo. Teatro tem que ter glossário. Cada um tem o seu, como cotovelo. Para cada verbete, um ator diferente. O gesso te imobiliza? Teorizando é melhor praticar. Jogar mesmo. A arte nunca imita a vida. Sequer se aproxima. Relego a naturalidade a quem, naturalmente está morto. Sobram as estéticas de vitrina. Ver, apontar, escolher, provar, pagar, levar. Modismo tem data. Amanhã, a mesma vitrina estará em promoção. E depois, outras padronagens, outros cortes. O ser nunca é o mesmo. Só as origens permanecem. O calçado carrega consigo a poeira e o pó da trilha. O que sobe aos palcos é a incerteza, a insegurança, a insuficiência de ar, o insofismável desejo de perceber-se vivo. Os olhos enjaulados percorrem sempre as mesmas lacunas. Gostaria de ser brechtiano. Assim, meus olhos não seriam mais sintomáticos para minhas falências. Quando o teatro fica sério, os atores brigam. Vou deixar o Jorge C. trancado fora de casa para perceber o vento acariciando a face rosada pelo frio. Ou, quem sabe, colocar jornais úmidos dentro dos sapatos para o desconforto do inseto. 

2 comentários:

XICO CRUZ disse...

Tão lindo isso. Vou mandar pra alguns amigos, viu? Beijos Claudio.

tonyatriz disse...

Epa,epa,epa,Ta querendo ser gente.. diferente.Que revolta essa da noite pro dia.Essa materia faz uma analise da nossa função de ator ou atriz.serve de ponto de debate do nosso dia a dia, muito bem postada pois tem que sair da zona de conforto,tem que botar muitas interrogações na cabeça dos atores ou de qualquer pessoa de bom senso.Mas tenha cuidado com o coração pois precisamos de voce a qualquer momento pra uma injeção de animo.Agora eu pergunto que trabalho e esse. Que estamos sempre nos desafiando a cada instante e segundo.E estamos queremos descobrir primeiro a botija da perfeição na arte de representar.Uns tem o glossario maior do que outros,mas tem.Tudo isso e para que haja equilibrio na rotina diaria da inteligencia.