segunda-feira, 5 de abril de 2010

Deixe que digam, que pensem, que falem - 3

Pedro Sobrinho publicou em seu blog matéria sobre o espetáculo. Para ter acesso, clique aqui, ou leia a transcrição abaixo. Eu e Jorge Choairy participamos do programa comandado por Pedro Sobrinho no domingo, dia 04 de abril de 2010, na rádio Mirante FM.


A pequena companhia de teatro estreia nesta sexta-feira, dia 9, sua mais nova produção, “Pai & Filho” – a partir da obra “Carta ao Pai” de Franz Kafka. No elenco, Cláudio Marconcine e Jorge Choairy vivem respectivamente o pai e o filho. A direção é de Marcelo Flecha. O trio participa da edição deste domingo, 4, do Plugado, na Mirante FM. O programa vai ao ar, a partir das 19h.

A temporada se estende pelos dias 10 e 11 no palco do teatro Arthur Azevedo sempre às 20h. A entrada é franca.

Única produção teatral maranhense a ser contemplada no Prêmio Miryan Muniz 2010 – FUNARTE de montagem de espetáculo, “Pai & Filho” também vai percorrer em sua temporada por três cidades do interior maranhense, Imperatriz, Balsas e Riachão.

A idéia é ampliar esse número de cidades pelo interior maranhense, assim como buscar visibilidade também fora do estado, participando de festivais e mostras – diz o diretor Marcelo Flecha.

O espetáculo “Pai & Filho” mais uma vez traz em sua bagagem a marca registrada deste diretor. Marcelo vem experimentando em seus últimos trabalhos o que ele denomina de teatro mínimo. Um teatro cru, onde o ator reina em cena, sem virtuoses, na busca de composições mais orgânicas em prol de uma boa história.

Seus últimos trabalhos têm em comum exatamente essa pretensão. Entrelaços (MA – 2009), Deus Danado (RN – 2007), O Acompanhamento (MA- 2005) e Medéia (RN – 2005). Espetáculos que definem muito bem o que Marcelo Flecha entende como seu fazer teatral . “Nossa arte é feita de vísceras, calos, dores musculares, cortes nos dedos, ossos quebrados e a utópica fantasia de conseguir dizer tudo de uma vez, para nunca mais ter que fazer”.

Com este novo trabalho não poderia ser diferente. A encenação de “Pai & Filho” desenvolverá uma linguagem crua e visceral para discutir a relação entre poder e submissão, originada na estrutura familiar e disseminada na estrutura sóciocultural contemporânea.

Na peça, um homem aprisionado e oprimido pelo poder do pai, procura enfrentá-lo, mas o discurso se reflete no pai como espelho, retornando para si e afastando a possibilidade da quebra hierárquica familiar para que o diálogo se estabeleça.

A reflexão funciona como um instrumento claro de amadurecimento social, sobre o conflito de gerações e a dependência econômica utilizada no seio familiar como instrumento de poder.
Na tentativa de diminuir a distância entre o espetáculo e a plateia e auxiliar a companhia na avaliação da montagem, será realizado um debate no final de cada apresentação, estabelecendo um diálogo com o espectador sobre a encenação e a sistematização das ações da companhia. Esta democratização de informações também pode ser acompanhada na página eletrônica da companhia (http://www.pequenacompanhiadeteatro.blogspot.com/), onde os membros da companhia relatam suas impressões desde o processo de ensaios até a montagem da peça.

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