segunda-feira, 8 de março de 2010

Opinião pessoal


Temos tantos leitores quanto espectadores. É para eles que escrevo. É para eles que enceno? Acho que vão gostar. Do espetáculo. Do pai e do filho. Gostarem do texto é menos importante. Estamos a duas semanas de concluir a montagem de todas as cenas para depois podermos dedicar três prazerosas semanas ao cuidado dos detalhes: particularização da generalização. Estes seres, pai e filho, estão preparando para as visitas/espectadores um banquete cênico que, até aqui, me permite dizer que será vigorosamente calórico. O treinamento e as opções de antagônicos que foram se materializando no perfil das personagens revelam um filho que transita entre fragilidade, vigor, mágoa, ironia, raiva e impotência para conseguir sobreviver a um pai que se equilibra entre autoridade, desprezo, contundência, tranquilidade, decepção e afeto. São percepções que tenho até aqui. Por incrível que pareça, nessa violenta relação familiar que resolvemos retratar, percebo também que, como encenador, a montagem é o mais próximo que chegarei um dia de uma comédia. Falo sério. O tom, talvez imperceptível, reorganiza o rigor e o conduz para a doçura de um lar sem mel. Como faltam duas semanas para concluir as cenas não vou cantar vitória antes do tempo, mas, se o rumo se mantiver criativo, me atreverei a recomendar o espetáculo ao espectador que agora me lê, fato não muito comum quando me refiro a uma encenação que leva minha assinatura. E lembrem-se do título, é apenas uma opinião pessoal.

2 comentários:

André Lucap disse...

do pai, do filho
e do espírito santo
amém.

Giba Freire disse...

Seguindo à espreita. Longa e dulcíssima espera. Os relatos e inquietações (algumas hilárias) são por vezes intrigantes.