quinta-feira, 18 de março de 2010

A, at, ato, ator, atores

Uma das poucas coisas que sei que sou é ator. A minha carteira de trabalho diz isso. Nunca me senti prostituto em qualquer montagem, e isso quase me enternece. Sei que existem muitas companhias de teatro. Centenas de grupos - registrados ou não. Cada um com um dizer diferente. 

Me afino com o processo que se estabelece para a montagem. Meu prazer está no processo, não no resultado - importa mais para o público. 

 Atores unidos por um processo, por uma companhia

Existem atores para qualquer tipo de trabalho. O mercado está cheio deles. Os que bebem, que fumam, que não praticam alguma atividade física regular, os que paralelamente desempenham outras atividades para sobreviver...

Com essa diversidade de atores, o diálogo entre eles, em uma montagem, precisa estar afinado com o dizer da companhia, do grupo. Não precisam ser amigos, mas partilhar a criatividade em cena. Tolerar é algo humano - acreditem. E num universo de egos fenomenais aplausos, prêmios e flores nos camarins não são futilidades ou extravagâncias.

Antes de tudo, o ator

Minha relação para com o teatro deixou de ser o onanismo dos espetáculos-solo para dialogar com os procedimentos metodológicos de um grupo que pensa. Assim, além do diálogo com o outro em cena, e da assinatura na obra teatral do encenador/diretor - quando exposta à apreciação da plateia - está o dizer do ator, em seu processo representativo.

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