Não tenho filhos. Nunca os terei. Tive um pai; faleceu.
O que sou hoje é reflexo - obviamente - da educação imposta pela família, pela sociedade, e como eu soube lidar com ela.
Em mim, os livros que li, os filmes que assisti, os amigos que conquistei e que me toleram.
Meus pais queriam que eu fosse X e fui Y. A sociedade queria que eu fosse X e eu sou o alfabeto todo.
Fiz minhas escolhas: viver - plenamente - tudo o que se mostra. Prazer... hedonismo.
Inevitavelmente, quando me deparo com o texto Pai e Filho, proposta de montagem da Pequena Companhia de Teatro, busco em mim informações iniciais para compreender e questionar as ações que fazem com que as personagens do pai e do filho saltem à vista e sejam tão díspares em seus comportamentos, desvios, caminhos.
Filho e pai na mesma mesa: posso caminhar sozinho?
Há uma estupidez em viver a vida dos outros que sempre me espanta. É que ainda me dou ao direito de me surpreender com a humanidade.
Eu não sei o que faz alguém desistir de algo - verdade que sei, mas farei de conta que não - em detrimento de outro. Não sei o que faz alguém se engessar frente aos obstáculos. Sei que o tempo é breve e a vida curtíssima. Isso eu sei.
E assim me respondo um pouco sobre as motivações para eu me predispor a montar este espetáculo. Ele tem sua própria urgência.
A quarta-feira me mostrou que o teatro pode reinventar a vida de um ator em cena.
Um comentário:
Quase ouvi vc dizer algumas frases desse texto,(Que filhos queremos?) ao ler logo identifiquei que tinha sua mao aqui ou ali...no texto inteiro, sua imagem e semelhança...srsrrs
Ah eu queria ver essa peça, a companhia vai vir para imperatriz?
A expressividade do rosto nas imagens esta muito boa!
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