quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Que teatro é esse?

Foi-se o tempo em que o conceito de teatro era restritivo. De posse de um conceito formulado, a academia ditava e catalogava o que era e o que não seria teatro. Assim, deu-se para a dança e para a performance o mesmo caráter limitador de criatividade. Foram-se os anéis; ficaram-se os atores.

O ator em seu processo criativo

Por algum tempo fiquei ilhado de gente que queria dizer algo com o teatro, e isso fez com que meu processo criativo desembocasse em espetáculos-solo, vídeos, produção. Assim, pude perceber que o teatro tem glossário próprio, i. e., cada um tem seu conceito formulado de teatro, e é esse conceito que norteia sua obra.

Então, podemos fazer um teatro com não-atores, ou sem atores, e qualificá-lo de teatro. Fazer um teatro de entretenimento, com homens travestidos de mulheres, e classificá-lo de teatro. O que me sugere, independente de estar só no palco com  outro ator para dialogar comigo, não é só o dizer, mas o COMO dizer. Que tipo de processo eu, enquanto ator, me utilizo para dizer o meu teatro?

Meu diálogo é com o outro

Com a Pequena Companhia de Teatro, residente em São Luís-MA, tive a experiência de participar do processo de montagem de Entrelaços, e agora com Pai e Filho. O caminho - a partir do Quadro de Antagônicos preconizado pela Cia. - faz com que o ator tome posse de seu corpo nesse dizer, fazendo com que a dramaturgia do ator dialogue com a dramaturgia do autor, e não fique refém dela. As contaminações entre ambas as dramaturgias são inevitáveis, e constróem assim a encenação.

Segundo vídeo do processo

Esse é um teatro de ator, de escritor e de encenador. Teatro de grupo, em que os amores se consolidam e os humores se dissipam.

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